Descobrir

Texto Curatorial

As origens de Lisboa perdem-se no tempo, como provam os vestígios do período neolítico, até 10 mil anos antes de Cristo. Por Lisboa passaram Celtas, Romanos, Germanos, Alanos, Vândalos, Suevos, Visigodos, Mouros, tendo sido finalmente incorporada no Reino de Portugal, com a conquista por D. Afonso Henriques em 1147.

Se a passagem ou permanência desses povos faz parte da história da cidade, diversas teorias ou lendas adensaram a sua aura misteriosa ao longo dos séculos, nomeadamente sobre a origem do seu nome pré-romano: Olisipo. Fenícios, ou até mesmo o herói grego Ulisses, são frequentemente referidos.

Entre realidade, ficções e as suas inúmeras camadas temporais, Lisboa tornou-se num palimpsesto embalado por uma topografia ondulante ao longo do Tejo. A magia desta cidade conquista viajantes e o seu mistério permanece, mesmo para aqueles que nela vivem.

A sua longa e densa história evidencia-se através da arquitectura que cristaliza os diversos momentos culturais e as circunstâncias que a cidade viveu. Essa arquitectura, que não deixa de surpreender pela sua superior competência, permanece em muitos casos inacessível ou desconhecida dos lisboetas.

Desde as encostas do Castelo de São Jorge às suas sete colinas, da Baixa Pombalina a Belém, às Avenidas Novas, ao eixo Alvalade – Alameda, ou ao Parque das Nações, Lisboa possui um espectro fascinante de testemunhos dos diferentes períodos culturais. Do Românico ao Manuelino, do Maneirismo ao Rococó, do Romantismo à actualidade, há um imenso património a descobrir.

Tal como fez nas três anteriores edições, o Open House Lisboa propõe um roteiro de 70 testemunhos da excelência da arquitectura da cidade, abrindo ao público aquilo que normalmente não lhe é acessível ou é desconhecido. E, embora Lisboa seja anualmente visitada por cerca de 3 milhões de turistas, este programa dirige-se essencialmente para os cidadãos de Lisboa.

Porque a compreensão das cidades obriga sempre a um olhar distante e global, nesta edição propõe-se essa visão através de pontos estratégicos que se elevam acima de Lisboa. Esse olhar global completa-se com a visita a algumas das áreas-chave da cidade que marcam a história do seu planeamento urbano.

A um outro nível, se a visita aos edifícios abarca um arco temporal alargado, as tipologias foram seleccionadas entre as mais significativas marcando a identidade da cidade de forma decisiva, sejam elas renovações ou obras de raiz: palácios, edifícios públicos, infra-estruturas, obras de engenharia, casas privadas, igrejas ou jardins.

Como projecto integrante do Open House Worldwide, o conceito do Open House Lisboa, estreado em Portugal pela Trienal de Arquitectura de Lisboa em 2012, foi originalmente criado por Victoria Thornton, em 1992, para Open House London. Depois do 1º Open House Porto, organizado em Julho pela Trienal conjuntamente com a Casa da Arquitectura e as Câmaras Municipais do Porto, Gaia e Matosinhos, Lisboa fecha em Outubro o nosso ciclo Open House 2015.

O conceito Open House foi originalmente criado por Victoria Thornton em 1992 com o Open House London dando mais tarde origem à Open House Worldwide, uma rede mundial de cidades que organizam o Open House e à qual a Trienal de Arquitectura de Lisboa se juntou em 2012 com a estreia em Portugal do conceito implementando o Open House Lisboa. Este ano acrescentámos a cidade do Porto à rede, com a organização em conjunto com a Casa da Arquitectura e as Câmaras Municipais do Porto, Gaia e Matosinhos, do primeiro Open House Porto. Apresentamos agora a 4ª edição do Open House Lisboa.

O Evento

Nos dias 10 e 11 de Outubro, o Open House regressa a Lisboa para a sua quarta edição trazendo mais um fim-de-semana de arquitectura de portas abertas. São 70 espaços em sete zonas da cidade onde o público é convidado a descobrir de forma totalmente gratuita um novo roteiro que percorre mais de 500 anos de arquitectura da capital portuguesa.

De escolas a palácios, passando por casas privadas e museus, a pluralidade do programa abrange desde os clássicos da arquitectura até projectos de raiz, incluindo reabilitações. São apresentados espaços de diferentes usos e estilos, como o Barroco e o Modernismo, sendo uma oportunidade de explorar espaços únicos e que nem sempre são acessíveis.

Os percursos urbanos completam o roteiro que engloba tanto obras de nomes consagrados como de autores emergentes, proporcionando a todos uma nova forma de entender e vivenciar a cidade. É uma experiência única que promove a aproximação entre o cidadão e os profissionais da arquitectura através de visitas comentadas por especialistas ou pelos próprios autores dos projectos, bem como visitas orientadas pelos nossos voluntários entusiastas.

Uma primeira selecção de espaços do roteiro de 2015 foi divulgada a 25 de Setembro e a 3 de Outubro, estarão no ar os 70 espaços desta edição.

O Open House é uma iniciativa internacional que todos os anos celebra a arquitectura com um fim-de-semana de visitas gratuitas. Criado em 1992 e presente em mais de 30 cidades pelo mundo, o evento visa estimular no grande público a consciência da importância da arquitectura no nosso quotidiano.

Por iniciativa da Trienal, o Open House estreia em Lisboa em 2012 obtendo uma média de 14.579 visitas por edição. Em 2015, estende-se à cidade do Porto sob curadoria do arquitecto Pedro Bandeira, totalizando 11.000 visitas na sua primeira edição.

Em Lisboa, a arquitectura vai estar de portas abertas: entre e faça parte desta experiência!

Organização

A Trienal de Arquitectura de Lisboa é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é investigar, dinamizar e promover o pensamento e a prática em arquitectura. As edições que a cada três anos realizam um grande fórum de debate, reflexão e divulgação, são complementadas com uma actividade regular que inclui exposições, conferências e workshops, entre outros eventos.

Em co-produção com o Centro Cultural de Belém, realiza o ciclo Distância Crítica que apresenta 5 conferências de grandes nomes da arquitectura como Jacques Herzog (Herzog & De Meuron), Smiljan Radić, Kazuyo Sejima, entre outros.

Todos os anos promove o Open House Lisboa, que acontece na segunda semana de Outubro. Com sede no Campo de Santa Clara, tem desenvolvido a reabilitação do Palácio Sinel de Cordes que integra um pólo criativo com 7 residentes a par de uma programação de referência a nível nacional.

Como Funciona

Durante o fim-de-semana do Open House Lisboa todos os espaços do roteiro são de acesso gratuito.

A maioria das visitas é feita por ordem de chegada, não exigindo reserva antecipada, com vista a facilitar a fluidez das entradas e permitir que um maior número de pessoas tenha acesso aos locais.

Cada espaço possui um horário de visita determinado e que pode ser consultado aqui, no guia ou no mapa que são distribuídos nos locais do roteiro.

Existem três tipos de visita:

Visita Livre — visita ao espaço sem acompanhamento, dentro do horário estipulado;

Visita Acompanhada — visita ao espaço orientada pela equipa de voluntários Open House Lisboa;

Visita Comentada — visita ao espaço comentada pelo autor do projecto de arquitectura ou por um especialista convidado.

Para cada edição, contamos com os entusiastas das artes e do património para formar uma equipa de voluntários que acolhe os visitantes, dá informações e acompanha as visitas.

Aconselhamos os nossos visitantes a usar calçado confortável e a manterem-se hidratados, bem como a utilização dos transportes públicos na deslocação entre os locais do roteiro.

É permitido o uso de máquinas fotográficas, salvo em situações pontuais que serão devidamente assinaladas no programa.

Ficha Técnica

OPEN HOUSE LISBOA
Coordenação:
Inês Marques
Programa de Voluntariado:
Susana Gaudêncio (Coordenação)
Rúben Castro
Traduções e Revisão:
Rute Paredes e Susana Pomba
Design de Comunicação:
Vivóeusébio
Website:
Bit Basement
Typefont:
Van Condensed by Ricardo Santos
Voz Off:
Inês Meneses
TRIENAL DE ARQUITECTURA DE LISBOA
Direcção:
José Mateus, Presidente
Nuno Sampaio, Vice-Presidente
José Manuel dos Santos,Vogal
Maria Dalila Rodrigues, Vogal
Pedro Araújo e Sá, Vogal
Director Adjunto:
Manuel Henriques
Assistente de Direcção:
Helena Soares
Comunicação e Imprensa:
Sara Battesti (coordenação)
Cláudia Duarte
Raquel Guerreiro
Daniella Figueiredo
Produção:
Isabel Antunes (coordenação)
Inês Marques
Liliana Lino
Sofia Baptista
Financiamento e Parcerias:
Luísa Santos (Coordenação)
Joana Salvado